sábado, 31 de dezembro de 2011

OS VERDADEIROS PRENÚNCIOS PARA 2012

Muitas e sombrias previsões tem sido divulgadas sobre as possíveis mudanças que ocorrerão no planeta Terra em 2012. Há até quem fale em fim do mundo. As principais fontes de tanta especulação são profecias feitas pela extinta civilização Maia, que ocupavam terras na América Central, a partir do sul do México em direção ao norte.

A civilização maia possuía um avançado calendário, assim como o utilizado no Brasil hoje, contendo 365 dias. Outra grande qualidade era a aptidão para a matemática. Segundo os cálculos, em 2012 o mundo como conhecemos será extinto. Aquela civilização falava em cinco ciclos, quatro deles já teriam passado e o próximo acontecerá dia 21 de dezembro de 2012.

Estudiosos das teorias maias afirmam que estes ciclos acontecem a cada 26 mil anos e duram 5.125 anos. Todos eles teriam terminado em destruição. Dia 21 de dezembro de 2012 será o último dia do último ciclo. O fim da raça humana se daria devido a um alinhamento cósmico. O sol se alinharia ao centro da Via Láctea ao mesmo tempo em que haveria uma mudança do eixo da Terra em relação à esfera celeste.

Mas o que ocorrerá realmente é uma mudança de energia no Planeta Terra. O que aconteceu foi que os maias citaram o 21 de dezembro de 2012 como uma data de encerramento de um ciclo, é o fim de uma determinada era. Isso não significa o fim do mundo. Eles também falaram em datas além de 2012..


Confira vídeo Os Maias e as Profecias do Juízo Final (Parte 1)




E também os desastres cataclísmicos globais que alguns videntes previram NÃO vão acontecer, pois 2012 é um ano incrivelmente importante. Em seu fluxo linear sequencial, ele contém pontos de interseção multidimensional e portais de tempo que permitiram que a ascensão do nosso planeta Terra ocorresse. O que ocorrerá em 2012 será um novo começo. Esse novo começo é o Novo Modelo da Nova Terra. A Ascensão da Terra possibilitará a revisão e expansão dimensional do planeta.

A Terra está se transferindo para um Campo Cristalino, expandido da 4ª até a 12ª dimensão. Esta conclusão dos ajustes finais acima citados foi necessária em 2011 e 2012 para completar a anunciada Ascensão. Em muitos aspectos, a Ascensão está em andamento desde 1987, mas ainda restam a Grade, os Discos Solares, os Vórtices Cristalinos e a Rede Piramidal para serem refinados e finalizados. A codificação do Disco Solar-Cristalino e do Vórtice Cristalino ocorreu em 11-11-11 e a Grade Cristalina, se completará em 12-12-12.

Há um número imenso de almas que escolheram vir à Terra neste momento, de dimensões além da quinta, tanto do futuro da Terra, quanto do futuro dos mundos de dimensões mais elevadas, que serão mais bem compreendidos por todos nós na progressão do tempo linear… especialmente em 2012. Os novos habitantes do planeta mais evoluído começaram a surgir em massa na geração chamada “Baby-Boomer”, logo após a 2ª Guerra Mundial; e foram crescendo continuamente em número, à medida que foram chegando a chamada Geração X, as crianças Índigo e Cristal. Por isso nas ultimas décadas houve tanta transformação no planeta, novas descobertas da ciência, da medicina e especialmente tecnológicas que nos proporcionaram alto desenvolvimento, jamais imaginados nos séculos passados.


Confira vídeo Os Maias e as Profecias do Juízo Final (Parte 2)





AS DATAS CHAVES DE 2012 SÃO AS SEGUINTES:

* 25 de janeiro – O início da 12ª Onda da Ascensão

* 3 de fevereiro
– Netuno em Peixes – A Grande Visão Interior é aumentada na 12ª Onda.

* 8 de fevereiro – Quíron em Peixes – Uma grande oportunidade para liberação individual e cura global.

* 10 de março – Equinócio – A 4ª e última onda do Impulso Cósmico, descarregando e inicializando os Códigos Cristalinos.

* 20 de março – Eclipse Solar – Macro-integração da humanidade – Equilíbrio do Masculino Divino.

* 4 de junho – Eclipse Lunar – Micro-integração da humanidade – Equilíbrio do Feminino Divino

* 6 de junho – Trânsito de Vênus – Integração com a Aliança Siriana e Pleiadiana, o retorno total da energia do Golfinho Dourado, e integração inicial entre o Feminino Divino e o Masculino Divino.

* 20 de junho – Solstício de Verão [de Inverno, no Hemisfério Sul] – Extremamente poderoso, completando um quarteto de datas com o Eclipse Solar de 20 de maio, o Eclipse Lunar de 4 de junho e o Trânsito de Vênus em 6 de junho. Esta será uma energia extremamente intensa que incorporará um influxo final de códigos energéticos e possibilitará a liberação de obstruções.

* 22 de setembro – Equinócio de Outono [de Primavera, no Hemisfério Sul] – Formação inicial da rede de todos os 12 Discos Solares Primários em formato Cristalino.

* 13 de novembro – Eclipse Total do Sol – Ativação dos 144 Discos Solares Satélites para os 12 Discos Primários. Integração final da Grade do Masculino Divino em equilíbrio.

* 28 de novembro – Eclipse Lunar – Penumbral – Conclusão final da Grade e integração do Feminino Divino.

* 12 de dezembro – Portal de Data Tripla 12-12-12. A culminação e conclusão final da Grade Cristalina. Ativação final dos Cristais-Templos Atlantes no novo código, e unificação com as estruturas Piramidais e Discos Solares. Combinação do equilíbrio das energias masculina e feminina em Unidade Divina. Codificação final de Max no Vórtice Cristalino.

* 21 de dezembro – Solstício de Inverno [de Verão, no Hemisfério Sul] – Reinicialização [“reboot”] da Grade da Ascensão e do trabalho em rede do Campo Quântico Cristalino. Expansão para maior acesso às 12 dimensões. Formação de “O Dedo de Deus” por Saturno, Júpiter e Plutão.

A REINICIALIZAÇÃO [“REBOOT”] DE 12-12-12:

Em 12-12-12, todos os sistemas estarão totalmente codificados.
Haverá a ativação do Cristal de Fogo de Bimini correlacionado com o Vórtice Cristalino e o Disco Solar Cristalino de Arkansas.

Em seguida ocorrerá uma breve reinicialização [rebooting] e tudo será reativado com total funcionalidade de todos os Sistemas do Campo Cristalino, em 21-12-12 (21 de dezembro de 2012).



Confira vídeo com algumas das teorias até 21 de dezembro de 2012



A ECONOMIA:

Muitos vêem a montanha-russa da Economia continuando a se agitar e despencar, em clima de grande medo e preocupação. Alguns prevêem um colapso total.

Embora o sistema econômico deva e vá realmente mudar, um colapso total que levasse ao caos global não serviria à Nova Terra.

Não haverá uma falência total; não será permitido que isto ocorra. A mudança para o novo sistema acontecerá, mas levará muitas décadas. Será um processo gradual.

O BRASIL EM 2012:

Em relação ao Brasil, o ano será de ajustes mais lentos. “É um período de transição que também conta fatores externos”, as questões econômicas irão afetar o Brasil e o país terá uma desaceleração do crescimento. “O Brasil irá tentar sobreviver ao caos externo com a mudança das antigas potências e lideranças mundiais”.

Desde a estabilização da nossa moeda, operada em 1994 pelo Plano Real, o Brasil se consolidou como uma das dez maiores economias do mundo.

Nos dois governos comandados por Lula, o mercado interno, que já era crescente, ampliou-se ainda mais, ao mesmo tempo em que houve evolução forte de setores estratégicos da economia, como a agricultura, a construção civil, a indústria, os serviços e o comércio. Por causa dessa evolução, criou-se até a sigla “BRIC”, formada pelas iniciais de Brasil, Russia, Índia e China, que economistas internacionais enxergam com potencial concreto para se tornarem grandes potências ainda na primeira metade do século 21.


Confira vídeo 2012 Começou a Revolução Mundial



Confirmando expectativas otimistas o Brasil conseguiu em 2011 passar a frente da economia do Reino Unido, tornando-se a sexta do mundo e devendo também ultrapassar a França, nos próximos anos. No entanto, o mais conveniente é fazer uma comemoração discreta, porque se temos economia de país rico, também a miséria ainda habita entre nós, a desigualdade social permanece como chaga dolorida e crônica. Regiões inteiras do Brasil continuam na sombria zona de pobreza extrema. Milhares de brasileiros morrem de fome, todos os anos. Milhares de recém-nascidos brasileiros padecem de anemia. Mais da metade das nossas crianças completam o terceiro ano do ensino fundamental sem entenderem o que leem. Conhecem as letras, são capazes de dizer em voz alta o que está escrito no papel, na lousa, mas não comprendem o significado do texto. Temos problemas semelhantes na saúde, na expectativa de vida.

Somos um país com economia forte. Podemos nos orgulhar disso, mas estamos longe de atingir o nível de vida, o padrão de vida dos países desenvolvidos, infelizmente.

Para piorar, a CORRUPÇÃO é a inimiga indesejada que teima em ficar, anos após anos, governos após governos, como constatamos este ano que finda com a queda de sete ministros de Dilma. O maior problema hoje no Brasil está na incrustação dessa péssima companheira em todos os setores dos serviços públicos. Os Três Poderes estão contaminados. E, se entendermos a corrupção como um tumor que não se limita ao recebimento de dinheiro, mas também a troca de favores com o fito de qualquer outro tipo de ganho, como uma promoção de carreira, nomeação de cargos em busca de apoio partidários, venda de informações privilegiadas com o nome de “consultorias”, favorecimento de leis a grandes conglomerados economicos em troca de propinas e licitações fraudulentas (a grande maioria em todos os níveis governamentais).

Não há um poder mais corrupto que o outro quando todos os níveis se beneficiam do mesmo sistema. É enganoso afirmar que a sociedade brasileira é corrupta, pois ela abomina a corrupção, quer extirpá-la, mas está lidando com uma metástase.


Confira video 2012 Uma Mensagem de Esperança




A corrupção se deve a um sistema politíco viciado que permeia a máquina administrativa. Ela tem causas objetivas e poderia, sim, ser eficazmente combatida. O Executivo, para governar, distribui vantagens ao Parlamento, que vão desde cargos formando verdadeiros feudos nos ministérios, até a aprovação negociada de emendas. Com isso, o Legislativo não exerce a sua missão fiscalizadora. O Judiciário adere no atacado a esse mesmo sistema para viabilizar seus projetos politícos e, no varejo, afunda cada vez mais com seus subservientes juízes à cata de ascenção funcional.

Outro fim de ano chega e lá estão eles, os corruptos, à espera de mais um novo ano promissor, para eles, cheio de paz e muito dinheiro no bolso, pois grandes obras e desvios estão em andamento e a punição, como se sabe, não existe.

Com tudo isso, o país com a maior carga tributária do mundo, sexta economia, perde a maior porte dos seus recursos com desvios e dinheiro mal aplicado em obras principalmente visando votos de um povo ignorante e incalto. Dividindo-se a soma de nossas riquezas (o PIB) pelo total da população, temos um PIB per capita de quase 13 mil dólares, enquanto o dos britânicos é de quase 40 mil doláres. O salário minimo entre os britânicos equivale a R$ 2.650,00, enquanto o nosso deverá subir agora em janeiro para R$ 622,00. Mais grave ainda são os comparativos da educação, em que os britânicos podem ostentar confiáveis 99% de pessoas alfabetizadas e Instituições Superiores colocadas nos primeiros lugares do mundo, enquanto nós apresentamos uma alfabetização de 90,3%, e instituições superiores nas ultimas colocações, além de indíces falsamente mascarados, para apresentar uma educação um pouco melhor.

Há motivos para comemorar de verdade a nossa ascenção, se a massa do povo brasileiro não pode desfrutar na realidade das regalias de um povo desenvolvido ? É claro que não, mas vamos entrar em 2012 esperando um ano difícil, contaminado pela economia global em grandes mudanças e pela nossa politíca que ainda levará mais algumas décadas para finalmente mudar e um dia atingir um grau de honestidade plausível, que se espera dos governantes.


Confira video com Mensagem de Fim de Ano 2011/2012




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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

CÁSSIA ELLER, saudades de você!

Hoje está fazendo 10 anos da morte da grande e inesquecível cantora do rock brasileiro CÁSSIA ELLER. Eu tive oportunidade de conhece-la e conversar rapidamente com ela durante a sua turnê do Acústico MTV no nordeste, três meses antes da sua inesperada morte, pois estava fazendo uma excursão pela região e coincidia a minha partida de cada capital com a da sua banda, além da estrela. Aliás, me causou excelente impressão, pois além de muita tímida, não tinha comportamento de celebridade alguma. Lamentei muito a sua perda poucos meses depois, mas curto muito e com saudade o seu ultimo DVD do mencionado show ao vivo.

Filha de um sargento pára-quedista do Exército e de uma dona-de-casa, seu nome foi sugerido pela avó, devota de Santa Rita de Cássia.

Nascida no Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1962, aos 6 anos mudou-se com a família para Belo Horizonte. Aos 10, foi para Santarém, no Pará. Aos 12 anos, voltou para o Rio. O interesse pela música começou aos 14 anos, quando ganhou um violão de presente. Tocava principalmente músicas dos Beatles. Aos 18, chegou a Brasília. Ali, cantou em coral, fez testes para musicais, trabalhou em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró. Também fez parte, durante dois anos, do primeiro trio elétrico de Brasília, denominado Massa Real, e tocou surdo em um grupo de samba. Trabalhou em vários bares (como o Bom Demais), cantando e tocando. Despontou no mundo artístico em 1981, ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.

Um ano mais tarde, foi para Minas Gerais, onde trabalhou como servente de pedreiro. "Fiz massa e assentei tijolos", contava. Na escola, não chegou a terminar o ensino médio, por causa também dos shows que fazia, não teria tempo para estudar.

Confira vídeo de CÁSSIA ELLER cantando “Todo amor que houver nessa vida”, de Cazuza, no Acústico MTV



Caracterizada pela voz grave e pelo ecletismo musical, interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro, como Cazuza e Renato Russo, além de artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, passando pelo pop de Nando Reis e o incomum de Arrigo Barnabé e Wally Salomão, até sambas de Riachão e rocks clássicos de Jimi Hendrix, Rita Lee, Beatles, John Lennon e Nirvana.

Teve uma trajetória musical bastante importante, embora curta, com algo em torno de dez álbuns próprios gravados no decorrer de doze anos de carreira. De fato, somente em 1989 sua carreira decolou. Ajudada por um tio seu, gravou uma fita demo com a canção "Por enquanto", de Renato Russo. Este mesmo tio levou a fita à PolyGram, o que resultou na contratação de Cássia pela gravadora. Sua primeira participação em disco foi em 1990, no LP de Wagner Tiso intitulado "Baobab".

Cássia Eller sempre teve uma presença de palco bastante intensa, assumia a preferência por álbuns gravados ao vivo e ela era convidada constantemente para participações especiais e interpretações sob encomenda, singulares, personalizadas.

Confira video de CÁSSIA ELLER cantando “Por enquanto” no Acústico MTV



Outra característica importante é o fato de ela ter assumido uma postura de intérprete declarada, tendo composto apenas três das canções que gravou: "Lullaby" (parceria com Márcio Faraco) em seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990 (LP com 60.000 cópias vendidas, sobretudo em razão do sucesso da faixa "Por enquanto" de Renato Russo); "Eles" (dela com Luiz Pinheiro e Tavinho Fialho) e "O Marginal" (dela com Hermelino Neder, Luiz Pinheiro e Zé Marcos), no segundo disco, O Marginal (1992).

Era homossexual assumida e morava com a parceira Maria Eugênia Vieira Martins, com a qual criava o filho Francisco (chamado carinhosamente de Chicão). Ela teve seu filho com o baixista Tavinho Fialho. Ele faleceu em um acidente automobilístico meses antes do nascimento de Francisco. Maria ficou responsável pela criação do filho de Cássia após a morte de sua companheira, apesar do seu pai que nunca conhecera o neto e que renegava a cantora por sua orientação sexual, ter lutado pela sua guarda, interessado, claro, no espólio da filha.

Confira vídeo de CÁSSIA ELLER cantando “Relicário” com Nando Reis no Acústico MTV



2001, O ULTIMO DA SUA CARREIRA E APOGEU:

2001 foi um ano bastante produtivo para Cássia Eller. Em 13 de janeiro de 2001, apresentou-se no Rock in Rio III, num show em que baião, samba e clássicos da MPB foram cantados em ritmo de rock. Neste dia, o organograma de apresentação foi o seguinte: R.E.M., Foo Fighters, Beck, Barão Vermelho, Fernanda Abreu e Cássia Eller. 190 mil pessoas compareceram a esta apresentação.

Entre maio e dezembro, Cássia Eller fez 95 shows. O que levou a cantora a gravar um DVD, nos moldes de sua preferência - ao vivo: o Acústico MTV, gravado entre 7 e 8 de março, em São Paulo, no qual Cássia contou com o um grupo de alto nível técnico e artístico: Nando Reis (direção musical/autoria, voz e violão em "Relicário" / voz em "De Esquina" de Xis), os músicos da banda Luiz Brasil (direção musical /cifras / violões e bandolim), Walter Villaça (violões e bandolim), Fernando Nunes (baixolão), Paulo Calasans (piano acústico Hammond e órgão Hammond), João Vianna (bateria, surdo, ganzá, ralador e lâmina), Lan Lan (percussão) e Thamyma Brasil (percussão), os músicos convidados Bernardo Bessler (violino), Iura (Cello), Alberto Continentino (contrabaixo acústico), Cristiano Alves (clarinete e clarone), Dirceu Leite (sax, flauta e clarineta), entre muitos outros. Este álbum foi composto por 17 faixas, acrescidas do Making Of, galeria de fotos, discografia e i.clip. O álbum vendeu até hoje mais de 900 mil cópias e se tornou o maior sucesso da carreira de Cássia, sendo que até então, apesar das boas vendagens e da experiência, ela não era considerada uma cantora extremamente popular.

No fim do ano, ela se apresentaria na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, no Rio, durante os festejos do réveillon. Faleceu dois dias antes, em 29 de dezembro. Foi substituída por Luciana Mello. Em vários pontos do Rio de Janeiro, fez-se um minuto de silêncio durante a comemoração da passagem do ano em memória de Cássia Eller. Vários artistas também prestaram homenagem à cantora em seus shows, na virada do ano.

Confira vídeo de CÁSSIA ELLER cantando “Luz dos olhos” no Acústico MTV



MORTE:

Cássia Eller faleceu em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, no auge de sua carreira, em razão de um infarto do miocárdio repentino. Foi levantada a hipótese de overdose de drogas, já que ela era usuária de cocaína. A suspeita foi considerada inicialmente como causa da morte, porém foi descartada pelos laudos periciais do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro após autópsia

Fonte: Wikipédia

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10/11/10 – DZI CROQUETTES, saudades de vocês!
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06/07/10 – DINA SFAT, saudades de você!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

CIGARRO É UMA DROGA, COMO LARGAR ?

Nas ultimas semanas, com muito sucesso e repercussão, o médico Dr.DRAUZIO VARELLA, apresentou no programa FANTÁSTICO um quadro chamado “BRASIL SEM CIGARROS”, incentivando a população fumante do país a abandonar esse maldito vício.

Dos cerca de 1,25 bilhões de fumantes no mundo, mais de 40 milhões são brasileiros. Ainda são muitos, mas o número vem reduzindo no país. O volume de cigarros queimados por aqui caiu 32% em dez anos.

Deixar de fumar é um desafio que poucos conseguem vencer. Segundo um estudo publicado pela revista New Scientist, 85% dos que param voltam a dar suas baforadas depois de um ano. Alguns recaem antes. Só 3% conseguem, de fato, abandonar o vício. Quem procura ajuda médica, toma remédio e faz terapia aumenta sua chance de sucesso para 20%. O Brasil é um dos recordistas em motivação para largar o cigarro. Um estudo feito pela psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de dependência química da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, mostra que 81% dos fumantes brasileiros querem parar. É um percentual só comparável ao dos suecos, com 85%.

Mas o índice de tentativas frustradas entre os brasileiros é igualmente alto: cada um já tentou parar cinco vezes, em média - sem sucesso. Difícil é, mas vale a pena. O tabaco causa 50 tipos de doença. As mortes anuais em virtude de seu uso chegam a 5 milhões no mundo, 200 mil no Brasil.

Confira vídeo do FANTASTICO: Brasil Sem Cigarros, de Drauzio Varella, Episódio 1



O sucesso e o fracasso na empreitada contra a fumaça pode ser o estado emocional. Ter muita vontade e escolher o momento apropriado são fatores importantes. Pesquisas revelam ainda que, embora pareça chato, um dos pontos mais importantes para fazer alguém parar de fumar é o incentivo dos familiares.

Considerada uma droga poderosa, a nicotina atua no sistema nervoso central e chega ao cérebro em apenas 7 segundos. Após a tragada, a fumaça é inalada para os pulmões e distribui-se para o sistema circulatório. Dessa forma, as cerca de 4.700 substâncias tóxicas espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual a de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa. Além das mais conhecidas, como nicotina, alcatrão e monóxido de carbono, a fumaça contém também substâncias radioativas, como polônio 210 e cádmio (encontrado nas baterias de carro).



Confira vídeo do FANTASTICO: Brasil Sem Cigarros, de Drauzio Varella, Episódio 2



A dependência começa um ano após as primeiras tragadas, devido a causas físicas e psicológicas.

Na prática, a maioria dos fumantes desconhece seu perfil e, consequentemente, não sabe o que pode ajudar. No livro Fumar É Gostoso… Parar É ainda Melhor, a médica cardiologista Jaqueline Issa descreve os cinco comportamentos mais típicos:

• Quem fuma para reduzir a tensão precisa de um antidepressivo e atividades que diminuam o estresse, como ioga e natação.
• Aquele que faz fumaça sempre em determinadas situações vai ter de passar por um descondicionamento - só mudando de hábito conseguirá abrir mão do cigarro.
• O fumante que enfrenta menos dificuldade para parar é aquele que dá umas tragadas quando se sente bem, como após as refeições, o ato sexual ou acompanhando uma bebida alcoólica. Nesse caso, o paladar e o olfato mais apurados servirão de ajuda.
• Se o que importa é segurar o cigarro, o tratamento pode ser apenas manter as mãos ocupadas com outras coisas.
• Finalmente, há quem fume para driblar o desânimo, porque está sobrecarregado ou para se sentir estimulado a iniciar uma tarefa. É o grupo mais vulnerável à sensação de prazer provocada pela nicotina. Para este, a receita são os remédios que induzem um quadro de bem-estar.

Confira vídeo do FANTASTICO: Brasil Sem Cigarros, de Drauzio Varella, Episódio 3



E se parar de fumar agora:

• após 20 minutos sua pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal
• após 2 horas não tem mais nicotina no seu sangue
• após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza
• após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor
• após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação melhora
• após 5 a 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou

A síndrome de abstinência

O organismo volta a funcionar normalmente sem a presença de substâncias tóxicas, mas alguns fumantes podem apresentar sintomas de abstinência como a vontade intensa de fumar, dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, alteração do sono, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas podem durar de 1 a 2 semanas.

É normal a fome aumentar. Com a melhora do paladar e a normalização do metabolismo, é comum um ganho de peso de até 2 kg. O ideal é manter uma dieta equilibrada e evitar café e bebidas alcoólicas, que são um convite ao cigarro.


Confira vídeo do FANTASTICO: Brasil Sem Cigarros, de Drauzio Varella, Episódio 4




Métodos para parar de fumar:

1 - Parada Imediata: largar o vício de uma só vez dever ser sempre a primeira opção.
2 - Parada gradual: Pode ser feita de duas maneiras: reduzindo o número de cigarros diariamente ou retardando a hora do primeiro cigarro todos os dias até que consiga ficar sem fumar um dia, dois, três e assim por diante. Esse processo não deve durar mais de duas semanas, pois pode se tornar uma forma de adiar, e não de parar de fumar. Caso não consiga sozinho, o ideal é procurar orientação médica.

Dicas:

A vontade de fumar não dura mais que alguns minutos. Para conter o impulso, o site do Inca (Instituto Nacional de Câncer) traz algumas dicas: chupar gelo, escovar os dentes a toda hora, beber água gelada ou comer uma fruta. Manter as mãos ocupadas com um elástico, pedaço de papel, rabiscar alguma coisa ou manusear objetos pequenos. Não ficar parado, conversar com um amigo ou fazer algo diferente que distraia a atenção.

Fumar cigarros de baixos teores não trazem resultado, pois eles fazem tanto mal quanto os outros.

E cuidado. Alguns ex-fumantes acabam voltando ao vício por estarem se sentindo tão bem que acham que podem fumar apenas um cigarro ou a acender o de um amigo.


Confira vídeo do FANTASTICO: Brasil Sem Cigarros, de Drauzio Varella, Episódio 5




Mil e uma maneiras para deixar o vício do cigarro:

De acupuntura a medicamentos, passando por uma água com nicotina e até mesmo por pirulitos. O fumante tem muitas possibilidades de escolha para abandonar o hábito de vez.

TRATAMENTOS:

Alguns spas, como o Kurotel (www.kurotel.com.br), têm um programa especial para quem quer deixar o cigarro. O paciente tem assistência médica e psicológica.

SPRAY NASAL
Usado da mesma maneira que os descongestionantes nasais, possui nicotina. Foi aprovado pelo Food and Drug Administration, mas não está à venda no Brasil.

ADESIVOS NIQUITIN
Liberam pequenas doses de nicotina para a pessoa se acostumar a diminuir a quantidade de cigarros, contendo a crise de abstinência. O tratamento tem três estágios, que diminuem a carga de nicotina liberada. É indicado numa fase seguinte ao

NICO WATER
Possui 4 miligramas de nicotina por garrafa de meio litro. É o mesmo que fumar dois cigarros. Diminui a vontade de fumar e não tem gosto. Não está à venda no Brasil.

ACUPUNTURA
A aplicação de agulhas em um ponto na orelha libera substâncias que ajudam a atenuar os sintomas da falta de nicotina, diminuindo a síndrome de abstinência.

GOMAS DE MASCAR
Em vez de acender um cigarro, o fumante mastiga um chiclete. O princípio é semelhante ao dos adesivos, mas as gomas são usadas quando a dependência é menor. Elas têm 2 miligramas de nicotina, o equivalente a um cigarro. Não são mais vendidas no Brasil.

HOMEOPATIA
Não oferece pílulas específicas para deixar de fumar, mas defensores dizem que consegue amenizar os efeitos desagradáveis que ocorrem no organismo, evitando recaídas.

FILTROS PHASIS
Têm forma de piteira e a pessoa troca gradualmente. Eles retêm parte da nicotina e do alcatrão. Na última fase do tratamento, a redução de teores chega a 95%.

PIRULITO DE NICOTINA
Gerou discórdia nos Estados Unidos. Prometia efeito mais rápido que dos adesivos ou dos chicletes. Outra vantagem seria que o fumante não perderia o hábito de levar algo à boca. O problema era que as crianças poderiam confundi-los com pirulitos comuns.

ZYBAN
Medicamento sem nicotina usado para tratamento do tabagismo. Contém uma substância que reduz o impulso de querer fumar e também a crise de abstinência.


Confira vídeo do FANTASTICO: Brasil Sem Cigarros, de Drauzio Varella, Episódio 6



O fumante no Brasil passou a ser considerado um cidadão de segunda categoria, tantas são as campanhas, como proibições de fumar em locais públicos e fechados. O pior é que esse viciado não se dá conta de quanto desagradável pode ser, tragando o seu maldito cigarro próximo de pessoas não fumantes e ainda, não conseguem perceber que cheiram mal, além de estarem prejudicando sua saúde e queimando um dinheiro que poderia ser aplicado em outras despesas.

Espero que essa campanha do Dr.Drauzio Varella, bem como, as dicas dessa postagem, sirvam de incentivo a largar esse vício tão danoso para qualquer ser humano.


Dr. Drauzio Varella, nasceu em São Paulo, dia 1 de janeiro de 1943. É um médico oncologista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo, na qual foi aprovado em 2° lugar, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV. Foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo, onde lecionou física e química durante muitos anos.


Fontes: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT916536-1655,00.html

http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/tabagismo/droga-pesada/


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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, A FAVOR OU CONTRA?

Nos últimos tempos, muito tem sido discutido sobre a USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE, desde a participação de atores “globais” no movimento contra a sua construção, como a posição favorável do Partido dos Trabalhadores para a realização da obra.

Não tenho nada contra a ilustre presença dos artistas da emissora Rede Globo, mas a pergunta que devemos fazer é a seguinte: eles sabem realmente o que estão falando? Ou estão somente lendo um texto produzido por outras pessoas?

Também nada tenho contra ao parecer positivo do governo petista para a realização da mega construção, mas devemos também nos perguntar: o assunto foi amplamente discutido e analisado?

A USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE é uma central hidrelétrica a ser construída no Rio Xingu, no estado brasileiro do Pará, nas proximidades da cidade de Altamira.

Sua potência instalada será de 11.233 MW; mas, por operar com reservatório muito reduzido, deverá produzir efetivamente cerca de 4.500 MW (39,5 TWh por ano) em média ao longo do ano, o que representa aproximadamente 10% do consumo nacional (388 TWh em 2009). Em potência instalada, a usina de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas (20.300 MW) e da brasileira e paraguaia Itaipu (14.000 MW); e será a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira.

O lago da usina terá uma área de 516 km² (1/10.000 da área da Amazônia Legal), ou seja 0,046 km² por MW instalado e 0,115 km² por MW efetivo. Seu custo é estimado em R$ 19 bilhões (2010), ou seja R$ 1,7 milhões por MW instalado e R$ 4,3 milhões por MW efetivo. O leilão para construção e operação da usina foi realizado em abril de 2010 e encido pelo Consórcio Norte Energia com lance de R$ 77,00 por MWh. O contrato de concessão foi assinado em 26 de agosto do mesmo ano e o de obras civis em 18 de fevereiro de 2011. A usina está prevista para entrar em funcionamento em 2015.

Desde seu início, o projeto de Belo Monte encontrou forte oposição de ambientalistas brasileiros e internacionais e de algumas comunidades indígenas locais. Essa pressão levou a sucessivas reduções do escopo do projeto, que originalmente previa outras barragens rio acima e uma área alagada total muito maior. Em 2008, o CNPE decidiu que Belo Monte será a única usina hidrelétrica do Rio Xingu.

Confira vídeo de apresentação do Projeto da Hidrelétrica de BELO MONTE



O PROJETO:

O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada a 40 km abaixo da cidade de Altamira, no Sítio Pimental, formando o Reservatório do Xingu. A partir deste reservatório, parte da água será desviada por um canal de derivação de 20 km de comprimento para um Reservatório Intermediário, localizado a aproximadamente 50 km de Altamira na região cercada pela Grande Volta do Xingu. (O projeto originalmente previa dois canais de derivação, mas foi alterado para um canal apenas em 2009.) Este reservatório será criado fechando os escoadouros da região por 27 diques menores. A área total dos reservatórios será de 516 km2, dividida entre os municípios de Vitória do Xingu (248 km2), Brasil Novo (0,5 km2) e Altamira (267 km2). A área a ser alagada é apenas parte desse total, pois este inclui a calha atual do Rio Xingu.

O vertedouro principal ficará na barragem do sítio Pimental; terá 20 comportas de 20 m × 22,3 m, com vazão máxima total de 62.000 m³/s. Nesse local está prevista também uma escada para peixes para permitir a piracema. (O projeto original previa um vertedouro complementar no Sítio Bela Vista, entre o Reservatório Intermediário e o Xingu, que foi eliminado em 2009).

A usina terá duas casas de força. A casa de força principal será construída no Sítio Belo Monte, pouco a montante da vila de mesmo nome. Ela terá 11 turbina hidráulicas tipo Francis com potência instalada total de 11 mil MW e vazão total de 13.950 m³/s. Embora a barragem principal tenha apenas 35 m de altura, o declive natural do rio no trecho de vazão reduzida faz com que a queda líquida (o desnível total da água entre os reservatórios e a saída das turbinas) seja de 87 m. A casa de força complementar será construída junto à barragem principal, e terá seis turbinas de tipo bulbo com potência total instalada de 233,1 MW, queda líquida de 11,4 m e vazão total turbinada de 2268 m³/s.

O trecho de cerca 100 km do Rio Xingu entre o Reservatório do Xingu e a casa de força principal terá a vazão reduzida em decorrência do desvio pelo canal. Foi estabelecido um hidrograma para a operação da barragem que garante para este trecho de vazão reduzida um nível mínimo da água, variável ao longo do ano, a fim de assegurar a navegabilidade do rio e condições satisfatórias para a vida aquática.

Confira vídeo do MOVIMENTO GOTA D’AGUA



IMPACTO DA OBRA:

A construção da usina tem opiniões conflitantes. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação.

O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.

Outro argumento é o fato de que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.

A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada.

Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes.

O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade da capacidade, mas, em tempo de seca, a geração pode ir um pouco abaixo de 4,5 mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.

Confira vídeo de MARINA SILVA falando sobre BELO MONTE



AUTORIZAÇÃO DO IBAMA:

Em 26 de janeiro de 2011, o IBAMA deu a "autorização de supressão de vegetação" ao Consórcio Norte Energia. O início dessas obras infraestruturais antecedem a construção de Belo Monte. O procedimento envolve a autorização para o desmatamento de 238,1 hectares, sendo 64,5 hectares localizados em Área de Preservação Permanente (APP). O órgão, porém, define que o consórcio terá de recompor a quantidade desmatada da APP, bem como condicionou que o processo de desmate não seja feito com uso do fogo e não sejam feitos descartes em aterros e mananciais hídricos. A emissão da licença aconteceu após reuniões com órgãos públicos, índios citadinos, índios jurunas, associações de moradores e representantes de pescadores, além de uma vistoria técnica realizada em novembro de 2010.

A autorização permite que o consórcio inicie o procedimento de acampamento, canteiro industrial e área de estoque de solo e madeira.

O Ministério Público Federal no Pará, no entanto, não teve acesso ao documento integral emitido pelo IBAMA, contrariando recomendação de que as licenças não devem ser fragmentadas com a finalidade de acelerar o licenciamento. Ainda de acordo com o ministério, as condicionantes da Licença Prévia 342/2010 não foram resolvidas de acordo com o previsto, o que não assegura a legalidade do procedimento.

AVALIAÇÕES DE ESPECIALISTAS E ENVOLVIDOS:

Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna não foram esclarecidos ao não contemplar todas as espécies do Rio Xingu.

Outro professor da UFPA e doutor em ecologia, Hermes Fonsêca Medeiros, defende que a obra geraria milhares de empregos, mas, ao final dela, restariam apenas 900 postos de trabalho, o que levaria a população que se instalou na região ao envolvimento com o desmatamento, pois não há vocações econômicas desenvolvidas na região. A hidrelétrica irá, segundo ele, atingir 30 terras indígenas e 12 unidades de conservação. Outro detalhe, segundo o professor universitário, é que a hidrelétrica precisaria de outro Rio Xingu para produzir o ano todo.

O bispo austríaco Erwin Kräutler que há 45 anos atua na região considera o empreendimento um risco para os povos indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a população duplicada com a hidrelétrica. Segundo o bispo, os problemas em Balbina e Tucuruí, que a princípio seriam considerados investimentos para as populações do entorno, não foram superados e servem de experiência para Belo Monte, já que os investimentos infraestruturais ou a exploração do ecoturismo - "no território mais indígena do Brasil" - poderiam acontecer sem a inserção e ampliação da hidrelétrica.

Confira vídeo da Rede Globo Belo Monte é a maior e mais polêmica obra em andamento no país - Know How Brasileiro



Os procuradores da República defendem que a construção da usina deveria ter sido aprovada por meio de lei federal, visto que a obra está em área indígena, especificamente em terras de Paquiçamba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da União refuta esta possibilidade. Em 18 de agosto de 2011, o Ministério Público Federal no Pará entrou com uma nova ação pedindo suspensão da obra alegando invasão de terras dos juruna e arara, respectivamente. Caso a obra não seja suspensa, o MPF pede na ação que a Nesa indenize os índios.

Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira há 29 anos, acredita que a usina irá melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da população das palafitas - área que será inundada - para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos, energia elétrica para a população rural (a maior parte da energia de de Altamira vem do diesel) e a pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido na região.

Os defensores da obra, formados por empresários, políticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto, estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de recursos seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e atração de indústrias. Acredita-se também que o empreendimento atrairá novos investidores para a região, considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região carente de investimentos.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que Belo Monte, um investimento equivalente a 19 vezes ao orçamento do Pará em 2010, será a salvação para a região e que as opiniões contrárias são preconceituosas, pois, segundo ele, a atual proposta envolve um terço da área original que seria alagada. O consumo de energia elétrica tende a aumentar e os investimentos com Belo Monte, segundo ele, serão necessários.

No entanto, outros defendem que estas perspectivas de demanda de desenvolvimento, geração de empregos e atração de investimentos para a região confrontam com o já existente estilo de vida viável e sustentável dos habitantes da região, baseado em sistemas agroflorestais e na exploração de recursos naturais. O deslocamento de uma comunidade de sua área de origem, cultura e meio de vida, como já observado em outros casos de deslocamento compulsório por hidrelétricas, podem não ser indenizáveis por programas de apoio ou dinheiro.

O físico, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas e membro do conselho editorial do jornal Folha de S.Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, disse que milhares de espécimes vão sucumbir, mas, em compensação, 20 milhões de brasileiros terão energia elétrica garantida.

O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, defende que o Brasil desperdiça, anualmente, o equivalente a três usinas de Belo Monte ao não utilizar o bagaço e a palha da cana-de-açúcar.

O Professor Doutor Sergio Tadeu Meirelles, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, disse que as consequências serão ruins, lamentáveis mesmo e que ele acha difícil de aceitar. Entretanto existem várias belomontes sendo destruídas todo dia sem que isso apareça claramente no noticiário, como o desmatamento continuo na Amazônia, queimadas por todo o Brasil, poluição dos rios e mares, etc.

Confira vídeo de LULA falando sobre BELO MONTE



CONCLUSÃO:

Assim, mesmo sabendo dos efeitos funestos para a região causados pelo impacto ambiental, que espero sejam minimizados ao máximo, mas acreditando que tanto economicamente, como para a geração de energia necessária para o desenvolvimento do nosso país e, ainda, evitando futuros apagões, sou obrigado a APOIAR a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Confesso que fiquei muito tempo indeciso entre apoiar ou não, mas que cheguei a essa conclusão, finalmente.

Fonte: Wikipédia

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A AIDS, 30 ANOS DEPOIS

Às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), o Ministério da Saúde divulgou que o número de novos casos da doença continua aumentando entre os jovens gays, travestis e adolescentes do sexo feminino. Já os casos de transmissão vertical do HIV – quando o vírus passa de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação – estão diminuindo.

Por ano, 35 mil pessoas são infectadas com a Aids no Brasil

Há 30 anos, o mundo ouvia falar pela primeira vez de uma doença poderosa, que derrubava as defesas do corpo e desafiava os médicos. Os cientistas deram a essa doença o nome de Aids. Logo, descobriram que era causada por um vírus e começaram a desenvolver remédios e buscar uma vacina.

A vacina até hoje não existe. Já os remédios ajudaram a fazer da Aids uma doença controlável, mas ainda grave. Trinta anos depois, como será que uma nova geração que não testemunhou o sofrimento dos primeiros pacientes encara a Aids? Como esses jovens de hoje se protegem da contaminação?

Acompanhe a reportagem do médico Drauzio Varella (FOTO) exibida no Programa Fantástico, no inicio deste ano, durante cinco programas, para entender melhor essa doença que já dizimou tantas pessoas insubstituíveis no Brasil e no mundo, como Freddie Mercury, Cazuza, Renato Russo, Caio Fernando Abreu, entre outros.

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 1/5



Mulher casa virgem e contrai HIV na primeira relação sexual

A contaminação está cada vez maior entre as pessoas com mais de 50 anos, principalmente as mulheres. O comportamento de risco é caracterizado pela relação sexual sem preservativo.

Trinta anos depois do surgimento da Aids, a cara da doença mudou. Antigamente, existiam os chamados grupos de risco, como os homossexuais masculinos e os usuários de drogas injetáveis.

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 2/5



Portadores do HIV enfrentam efeitos do tratamento

Trinta anos depois do início da epidemia mundial de Aids, uma coisa a ciência garante: é totalmente possível levar uma vida normal graças aos remédios, cada vez mais modernos.

Mas como mostra o doutor Drauzio Varella, o fato grave é que um em cada três portadores do HIV não sabe que tem o vírus e dez mil brasileiros ainda morrem todos os anos, vítimas da AIDS.

"Comecei a tomar medicação há seis ou sete meses, e eu era soropositivo há dez anos", conta Paulo Rogério Alves, voluntário de ONG. "Tenho tido reações horríveis. Dor imensa no corpo, febre, não consigo comer nada que sinto tonrua, queimação no estômago."

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 3/5



Dr. Drauzio esclarece dúvidas sobre formas de contágio da Aids

Trinta anos após o surgimento da doença, a falta de informação e o preconceito ainda são os maiores obstáculos à prevenção do HIV

Em São Paulo, funcionava o maior presídio da América Latina, o Carandiru. Mais de sete mil homens. Ali, durante 13 anos, o Dr. Drauzio Varella acompanhou doentes com AIDS: 17% dos detentos eram portadores do HIV.

A cocaína injetada na veia era a droga da moda. Seringas e agulhas passavam de mão em mão. Sem acesso à camisinha, nas visitas íntimas, os presos infectados transmitiam o vírus para suas mulheres. O cenário era desolador, dentro e fora da cadeia.


Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 4/5




Mulheres com HIV podem engravidar quase sem riscos

Portadores da doença planejam o futuro e mostram que é possível ter um filho saudável.

As mulheres que têm o vírus HIV já podem engravidar, praticamente sem riscos de contaminar a criança.

"Eu passava um dia inteiro aqui, uma vez por mês, para tomar remédio na veia", lembra Micaela Cyrino, da Rede Nacional de Jovens HIV / AIDS. "O meu pai morreu quando eu tinha um ou dois anos de idade, então eu não lembro. Mas a minha mãe morreu, também por causa do HIV, quando eu tinha seis anos de idade".

"Gravidez é muito bom. Não achava que era assim. Estou gostando muito de ser mãe. Já me sinto mãe. Eu imagino ele correndo, indo com ele ao trabalhado, viajando. É tudo muito bom, tudo novo. Só alegria", comemora a ativista Marta Fernandes.

Confira vídeo do FANTÁSTICO: AIDS – 30 ANOS DEPOIS, com Drauzio Varella, Parte 5/5



DRAUZIO VARELLA, Nasceu em São Paulo, em 1943. É médico cancerologista, formado em 1967 na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos. Seu livro Estação Carandiru ganhou os prêmios Jabuti de Não-Ficção e Livro do Ano. Nas ruas do Brás recebeu o Prêmio Novos Horizontes, da Bienal de Bolonha e Revelação Infantil, da Bienal do Rio de Janeiro. É autor também de Macacos (Publifolha, 2000). Atualmente, dirige um projeto prospectivo de plantas medicinais amazônicas.

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

FREDDIE MERCURY, 20 ANOS DA SUA MORTE

Há 20 anos, o mundo perdia FREDDIE MERCURY, um dos principais cantores de rock do planeta. O líder da banda QUEEN morreu aos 45 anos em decorrência da aids.

É considerado pelos críticos e por diversas votações populares um dos melhores cantores de todos os tempos e uma das vozes mais conhecidas do mundo


Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bulsara, se infectou em 1987, mas os fãs só souberam da doença no dia 23 de novembro de 1991, um dia antes de o músico falecer. Freddie foi responsável pelos sucessos musicais, como “Bohemian Rhapsody” e “We are the Champions”.


Nascido no antigo protetorado britânico de Zanzibar, hoje pertencente a Tanzânia, oeste da África, no dia 5 de setembro de 1946, Freddie foi desde a infância incentivado pelos pais a se dedicar à música.

Aos sete anos de idade, quando ainda atendia pelo nome Farrokh Bulsara, começou a ter aulas de piano. Aos 12, já havia formado sua primeira banda na St. Peter`s School, localizada em uma pequena cidade próxima a Mumbai, na Índia.

Com o ensino médio concluído, ele mudou em 1964 para a Inglaterra, onde estudou artes no Ealing College of Art, em Londres. Foi lá que adquiriu as qualidades necessárias para criar o caprichado logotipo do Queen, banda que fundou ao lado do guitarrista Brian May e do baterista Roger Taylor - mais tarde, o baixista John Deacon se juntaria a eles.

Além dos 14 álbuns de estúdio com o Queen, Freddie ainda lançou dois discos solo, ambos na década de 1980: “Mr. Bad Guy”, trabalho essencialmente pop, com fortes influências de música eletrônica, e “Barcelona”, no qual canta ao lado da soprano espanhola Monserrat Caballé.

O último show de Freddie Mercury com o Queen aconteceu em agosto de 1986, em Knebworth, na Inglaterra - para 300 mil pessoas.


Confira vídeo de Freddie com Monserrat Caballé cantando Barcelona



Mercury Phoenix Trust

Após a morte de Freddie Mercury, os membros remanescentes do Queen e seu empresário Jim Beach tomaram a decisão de fundar uma organização em memória do músico, a Mercury Phoenix Trust.

A entidade foi responsável pela doação de mais de 10 milhões de libras para instituições de caridade ao redor do mundo. Sua política principal é conscientizar as pessoas sobre o que é o HIV.

Recentemente, o grupo lançou a campanha internacional Freddie For a Day (Freddie por um dia). No Brasil, artistas como Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Lenine, entre outros, aderiram à iniciativa e pousaram para fotos usando o bigode de Mercury para chamar a atenção da população para a prevenção do HIV.

A Sociedade Viva Cazuza foi escolhida pela Mercury Phoenix Trust para receber parte da verba arrecadada

Confira vídeo de Freddie cantando Living on My Own




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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

COTAS RACIAIS, POR QUÊ?

Um tema que sempre gera debate são as cotas raciais, que já fazem parte dos programas de várias Universidade Brasileiras, mas sempre despertam reações opostas: alguns concordam com ela. Outros não. Essa relação de amor e ódio mexe com muita gente, de estudantes a parlamentares e gera muito debate. Tenho uma opinião formada sobre o assunto: Sou contra as cotas raciais porque a considero uma medida discriminatória. Cotas raciais recuperam a idéia, refutada por toda a ciência moderna, de que a humanidade se divide em “raças”, oficializando aquilo que se quer combater, corrompem as Universidades onde são aplicadas, aniquilando o valor do mérito acadêmico e criando pressões sem fim para discriminar as pessoas por sua “raça” em todos os níveis de ensino, do fundamental à universidade e ainda, sempre enfrentam o problema de como saber quem pertence ou não a um grupo racial Pelo sangue? Pela cor da pele? Como o Brasil é um país miscigenado, odiosos tribunais raciais acabam decidindo se alguém pertence ou não a uma “raça” e ocasionam tremendas injustiças, como mostrou o caso dos gêmeos da UnB.

Não muito diferente do que ocorre em território brasileiro, a discussão sobre cotas sociais e, principalmente raciais, são recorrentes naquele que é conhecido como potência econômica e símbolo de desenvolvimento, os Estados Unidos.

A história das ações afirmativas teve seu início nos EUA, durante a época das lutas pelos direitos civis, em meados da década de 1960, como forma de promover a igualdade social entre os negros e brancos norte-americanos.

A partir de então, o presidente John Kennedy passou a validar ações que tinham como objetivo auxiliar as pessoas pobres e diminuir a desigualdade entre classes.

O que poucas pessoas sabem, é que os sistemas adotados pelo governo dos EUA beneficiaram à classe média negra, ao invés de todas as classes mais baixas da população do país.

No início, o que se pretendia com estas políticas, era diminuir a discriminação social, advinda da diferença de pigmentação da pele e dos combates entre o norte e sul do país. Mas, o que ficou evidente, foi a insuficiência de tais ações para incluir toda a população negra.

A liderança do movimento de direitos civis tinha em mente, propor reformas econômicas, além da execução de leis antidiscriminativas. Mas, o declínio da economia na década de 1970, não permitiu que estas ideias fossem colocadas em prática.

Hoje, os sistemas de cotas raciais que eram adotadas principalmente em escolas nos EUA, foram abolidos. Em junho de 2007, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que a raça de uma criança não seria mais requisito preponderante para determinar onde ela deveria estudar.

Confira vídeo e acompanhe no programa Fórum, da TV Justiça, um debate sobre os sistemas de cotas raciais implementados pelas universidades brasileiras. Discutem o tema a o presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, Zulu Araújo, e a advogada Roberta Fragoso Kaufman, que participaram da audiência pública sobre políticas de acesso ao ensino superior, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2010. Confira! (Parte 1/3)



O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão, apenas em 1888. Após a libertação, os negros tornam-se livres. Mas não podiam trabalhar, votar e nem estudar. Ai a pergunta: de que adiantou esta liberdade? Tivesse a sociedade brasileira no final do século XIX inserido o cidadão negro na sociedade hoje não estaríamos discutindo cotas raciais e o Brasil poderia ser um pouco mais justo. Mas na época dos aristocratas ser negro era como ser escravo, embora muita gente hoje pense assim também…

Mais de 100 anos depois ainda é preciso corrigir essa grave falha e é por isso que as cotas raciais entraram na jogada. Como expus, sendo no meu entender uma medida discriminatória, se persistir, não concordo só com cotas para negros em universidades, é preciso dar cotas para brancos pobres que estudaram em escolas públicas e não tem condições financeiras de arcar cursinhos caríssimos, além, é claro, para os indígenas, que tanto sofreram e ainda sofrem na sociedade atual.

As cotas podem até ajudar a diminuir o abismo entre brancos e negros, mas não podem ser para sempre. Senão muita gente se acomoda e tudo vira uma bagunça, como tudo no Brasil.

O Ministério da Educação e órgãos ligados a pasta deveriam fazer um grande estudo, com muitas estatísticas e números para atingir a um parâmetro. Só então incluir políticas de inserção social, por exemplo: Se daqui a alguns anos chegar a uma conclusão que a maioria dos negros foi inserida no ensino superior e no mercado de trabalho, poderia se pensar em abolir as cotas raciais. Não haveria mais sentido manter uma cota racial se boa parte da população negra estiver preparada. Ai seria a hora de focar em uma cota para alunos de baixa renda. Outra coisa que precisa melhorar, se o sistema de cotas persistir, é a questão da definição de raça, porque muita gente diz ser descendente de negro, mesmo com a pele clarinha, clarinha, entrando ai o jeitinho oportunista brasileiro.

No meu conceito, não importa a cor da pele. Raça é uma só: humana. Mas o ideal mesmo seria uma educação de qualidade e de alto nível, do maternal até as fileiras de doutorado. Mas como os políticos só pensam em sugar dinheiro público e fazer da política um palco para interesses próprios, a educação fica relegada a escanteio. Assim como a saúde, saneamento básico, moradia, desigualdade social, etc.

Confira vídeo e acompanhe no programa Fórum, da TV Justiça (Parte 2/3)





CONTROVÉRSIAS
:

Uma das contradições relacionadas às cotas de cunho racial frequentemente citadas diz respeito à institucionalização do racismo: para alguns críticos, a distinção de etnias por lei acabaria por agravar o racismo já existente.

Algumas controvérsias específicas às cotas de cunho racial residem no fato de que seria difícil definir quem teria direito a tais políticas. Alguns defendem o critério de autodeclaração, outros defendem a instauração de uma comissão de avaliadores que, baseados em critérios objetivos e subjetivos, decidiriam quem teria direito às cotas. Esta questão não é ponto pacífico, pois não há consenso sobre o tema. Em geral, as cotas raciais são voltadas para a população autodeclarada negra - podendo abranger os pardos que se declarem negros. Um caso ocorrido em 2007 na Universidade de Brasília, reacendeu a polêmica, pois dois gêmeos univitelinos foram classificados como sendo de etnias diferentes.

Ações de inconstitucionalidade já foram propostas por alguns políticos e entidades da sociedade civil contra o sistema de cotas. Outros também se mobilizaram na defesa da reserva de vagas.

Ocorre também que, ao analisar o sistema de cotas, sua aplicabilidade e seus possíveis bônus ou ônus, deve-se perceber que qualquer ação afirmativa, que busca transpor as desigualdades e a igualdade material (utopicamente), deve ser aplicada por um determinado tempo, ou seja, não é um instituto que deva ser aplicado com um finalidade definitiva. Juntamente a isso, há de se entender que as ações afirmativas, como o sistema de cotas, devem possuir ações conjuntas, atacando o problema desde a sua raiz, pois nenhum problema social foge da deficiência das estruturas de base, como educação, distribuição de renda, falta de oportunidade, e outros.


Confira vídeo e acompanhe no programa Fórum, da TV Justiça (Parte 3/3
)




Fonte:
Wikipédia


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31/07/11 – O jeitinho brasileiro de ser
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O BRASIL PODE SER CONSIDERADO UM ESTADO LAICO?

A religião permeia o ambiente humano desde os primórdios da humanidade. Com o advento do Estado a religião além de influenciar a vida das pessoas passou a atuar nas decisões das nações.

Essa influência teve díspares amplitudes dependendo da época, podendo a religião se enlear com o próprio Estado (como no Império Romano), se sobrepor ao poder civil (como ocorreu na Idade Média), mover grande controle (assim como aconteceu na Época Moderna) e influenciar indireta ou até diretamente o poder civil (como incide na atualidade).

Deste modo, pode-se identificar a sua ingerência na atualidade em distintos momentos, na Segunda Guerra Mundial, no combate ao socialismo, na imposição de regimes ditatoriais, na democratização de nações, entre outros.

No Brasil, verifica-se sua intervenção nas Ligas Camponesas, no processo de redemocratização, no Movimento dos Sem Terra e nas atuações políticas dos padres e bispos protestantes eleitos.

A incursão da religião no cenário político se caracteriza um problema á medida que
intervêm na consecução de políticas públicas, que por sua vez reclama LAICIDADE lesando um dos pontos que é a pedra de toque da modernidade, isto é a secularização assentada na separação estado e Igreja. A religião tomada na discussão política provoca problemas generalizados, que aliados as problemáticas sociais, tais como legalização das drogas, a descriminalização do aborto, á união civil de homossexuais, a utilização de células embrionárias em pesquisas científicas, acabam engessadas pela postura intransigente e corporativa aliada a uma moralidade cristã estrita, por parte de deputados e senadores evangélicos (pentecostais), conforme se comprova as intervenções contrárias nas votações em torno dos temas levantados.

O sistema político brasileiro oferece condições para que diferentes grupos façam suas incursões na administração pública, assim numa relação religião-política partidária igrejas como Assembléia de Deus e Igreja Universal do Reino de Deus possuem importante representação no cenário político, uma vez que sua participação não se limita ao poder legislativo, mas percorre outras raias do poder.

Confira vídeo TV Globo: Imparcialidade no Estado Laico




Juntas, Assembléia de Deus e Igreja Universal do Reino de Deus são as igrejas com
maior pleito eleitoral lançando candidaturas próprias, no caso da IURD, essa não mede esforços para eleger seus candidatos, nem tenta, como o fazem outras igrejas pentecostais, escamotear, por meio de subterfúgios vários, tal propósito dos fiéis. Como não se ressente do peso da tradição sectária e apolítica do pentecostalismo, seus líderes não necessitam dar maiores explicações para justificar sua participação no jogo político-partidário. Assim seu interesse pela política, como se pode observar não é desinteressado nem nobre. Busca conciliar interesses bem como: conquista de poder e atendimento dos interesses corporativos da denominação e das causas evangélicas. De modo que, quando tentam justificar seus mandatos, políticos pentecostais de todas às matizes apontam feitos como a defesa de privilégios fiscais para s igrejas, o combate a virtuais penalidades pela desobediência de leis restritivas à poluição sonora, e no plano municipal, às relativas aos códigos de edificações. Além disso, tal como os parlamentares afinados com a moral da Igreja Católica, os políticos pentecostais costumam içar e brandir velhas bandeiras moralistas, causas do agrado de suas bases eleitorais, como a censura nos meios midiáticos e a oposição a legalização do aborto, á pornografia, à união civil de homossexuais, à descriminalização da maconha, entre outros entraves ao mundo moderno e sem preconceito.

O LAICISMO é uma doutrinafilosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa.

Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado.

Esta corrente surge a partir dos abusos que foram cometidos pela intromissão de correntes religiosas na política das nações e nas Universidades pós-medievais. A afirmação de Max Weber de que "Deus é um tipo ideal criado pelo próprio homem", demonstra a ânsia por deixar de lado a forte influência religiosa percebida na Idade Média, em busca do fortalecimento de um Estado laico. O laicismo teve seu auge no fim do século XIX e no início do século XX.

A palavra laico é um adjetivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas. Politicamente podemos dividir os países em duas categorias, os laicos e não laicos, em que nos países politicamente laicos a religião não interfere diretamente na política, como é o caso dos países ocidentais em geral. Países não laicos são teocráticos, e a religião tem papel ativo na política e até mesmo constituição, como é o caso do Irã e do Vaticano, entre outros.

Esta visão política está relacionada à LAICIDADE E LAICISMO e ao secularismo.

Confira vídeo TV Globo: Religião e Poderes Públicos




ENSINO LAICO é um tipo de educação elementar que se caracteriza por ser um ensino desvinculado da educação religiosa.Sem religião.

Neste caso a educação é da responsabilidade do Estado, e não mais da Igreja. No Brasil, teve início após a expulsão dos jesuítas no período pombalino, sobre influência do Iluminismo na Europa.

O Brasil é um país que possui uma rica diversidade religiosa. Em função da miscigenação cultural, fruto dos vários processos imigratórios, encontramos em nosso país diversas religiões (cristã, islâmica, afro-brasileira, judaíca, etc). Por possuir um Estado Laico, o Brasil apresenta liberdade de culto religioso e também a separação entre Estado e Igreja.

Principais religiões e crenças no Brasil e seus seguidores:
(Fonte: IBGE - censo Demográfico de 2000.)


Religião ou Crença e Nº de seguidores no Brasil

* Igreja Católica Apostólica Romana - 124.980.132
* Igreja Católica Ortodoxa - 38.060
* Igreja Batista - 3.162.691
* Igreja Luterana - 1.062.145
* Igreja Presbiteriana - 981.064
* Igreja Metodista - 340.963
* Assembléia de Deus - 8.418.140
* Congregação Cristã do Brasil- 2.489.113
* Igreja Universal do Reino de Deus- 2.101.887
* Igreja do Evangelho Quadrangular - 1.318.805
* Igreja Deus é Amor - 774.830
* Outros Penteconstais / Neopentecostais - 2.514.532
* Igreja Adventista do Sétimo Dia - 1.209.842
* Testemunhas de Jeová - 1.104.886
* Mórmons - 199.645
* Espiritismo - 2.262.401
* Umbanda - 397.431
* Budismo - 214.873
* Candomblé - 127.582
* Igreja Messiânica - 109.310
* Judaísmo - 86.825
* Tradições esotéricas - 58.445
* Islamismo - 27.239
* Crenças Indígenas - 17.088
* Orientais (bahaísmo, harekrishna, hinduísmo,
taoísmo, xintoísmo, seicho-no-iê) - 52.507
* Outras religiões - 41.373
* Sem declaração / não determinadas - 741.601
* Sem religião - 12.492.403

Confira vídeo TV Globo: Imparcialidade religiosa e Poderes Públicos



Infelizmente, a presença de políticos evangélicos além de impedir o voto de leis modernas que o País e seu povo necessitam, ainda colaboram com a corrupção endêmica do Brasil. Lembram da máfia dos Sanguessuga? Onde nossos queridos representantes do congresso compravam ambulâncias superfaturadas da PLANAN e ficavam com o restante do dinheiro. Então, dos 54 deputados envolvidos na máfia do sanguesuga 50% deles são evangélicos e mais de 85% são cristãos. Logo vem uma dúvida na minha cabeça, será que desviar dinheiro público é seguir os passos de Cristo?

Vemos muitos pastores/lideres preocupados em levantar homens na politica para "defenderem os interesses da igreja". Hoje vemos também muitos pastores e lideres de vários igrejas usando sua popularidade para entrar na politica. Eles alegam que a motivação para se candidatarem é a defesa da igreja de Deus, porém, Na verdade, a política é o meio pelo qual eles buscam defender os seus próprios interesses e camuflar as suas injustiças morais e sociais.

E o resultado de tudo isso é que são eleitos vereadores e deputados que não tem compromisso com a população e sim com o pastor e a sua igreja.

Os Cristãos devem votar como cidadãos brasileiros, para defender interesses públicos, humanos e nacionais e não interesses espirituais. Interesses espirituais se conquistam com o joelho no chão e a cara no pó. O ato de votar é cívico e social e não espiritual, é pessoal e intransferível, deve buscar mais o interesse coletivo (da nação) do que partidário e/ou individual.

Confira vídeo TV Globo: Educação Religiosa na Escola



Leia abaixo uma entrevista interessante com a Dra. Maria das Dores Campos Machado:

VOTO SOB O CONTROLE DA FÉ (Entrevista concedida à jornalista Carla Rodrigues)


Doutora em Sociologia, a professora Maria das Dores Campos Machado acaba de lançar pela Fundação Getúlio Vargas o livro “Política e religião – a participação dos evangélicos nas eleições”, no qual ela mergulha no universo dos pentecostais para entender seus interesses pela política, suas motivações e seus principais objetivos, entre os quais está intervir diretamente nas leis que regulam a vida privada e dizem respeito ao casamento, à família e à sexualidade. No trabalho, ela mostra como a identidade religiosa tem prevalecido sobre a política, explica quais são os perigos e os benefícios do avanço dos pentecostais na vida pública e afirma que, como parte das igrejas pentecostais um movimento de politização e valorização do voto, são eles que controlam a decisão eleitoral de seus fiéis. No entanto, esse tem sido o principal caminho para que as camadas mais pobres aprendam o valor do voto. “Existe aí uma ampliação da democracia”, afirma ela nessa entrevista.


Os evangélicos na política são um avanço ou um retrocesso?

Os evangélicos estão na política como cidadãos desde sempre, estão participando não é de agora. A grande novidade é o fato de que agora existem atores coletivos e igrejas que participam, não só indicando candidaturas, mas participam do jogo de alianças e das campanhas políticas. É aí que os evangélicos têm peso muito grande no que se refere à capacidade de influenciar principalmente os eleitores de baixo nível de escolaridade. A experiência democrática e liberal e o regime republicano estimulam o uso da identidade partidária. Por isso, o que se espera dos atores políticos é que eles enfatizem a sua identidade partidária e que tenham maior preocupação com a ideologia do programa, com as idéias do programa, e com o conteúdo do programa. Mas o que se percebe nas últimas é que a identidade religiosa ganha peso muito maior que a identidade partidária. Isso é um problema, em primeiro lugar, porque enfraquece os partidos políticos, que são instituições muito importantes para a democracia. Uma preocupação que se tem com o uso da identidade religiosa é que se esvazie a instituição dos partidos, que já é muito incipiente na cultura política brasileira. Isso não é só uma característica dos evangélicos. A mobilidade partidária, o trânsito inter-partidos é muito grande no Brasil. Também é importante considerar a heterogeneidade dos evangélicos. O número de atores políticos evangélicos tem crescido muito mais entre pentecostais e neopentecostais.

Quais são as principais características políticas desses pentecostais e neopentecostais?

Em termos políticos, eles não têm um histórico de participação em movimentos sociais. Outra característica forte é que eles vêm de setores mais pobres da população e estão em um movimento de ascensão social. Normalmente são filhos de famílias pobres que conseguem ascensão social para uma classe média e isso passa pelo engajamento religioso. Se por um lado as comunidades eclesiais de base da igreja católica nos anos 1970 e nos anos 1980 foram espaços privilegiados de formação de liderança política da camada popular, hoje temos uma formação de liderança política feita pelas comunidades pentecostais e neopentecostais. O que se pode discutir é o caráter dessa politização e a natureza, vamos dizer assim, ideológica dessa politização. O tipo de proposta das CEBs e o tipo de proposta e o tipo de visão política ou de projeto político que essas igrejas têm é bastante diferente.


Confira vídeo TV Globo: Justiça controlada pela religião




No entanto, a participação da Igreja Católica na política não se dá apenas através das comunidades de base. Nos jornais dessa semana, o arcebispo do Rio de Janeiro foi notificado pelo TRE numa questão bastante polêmica, porque a justiça eleitoral solicita que a arquidiocese não participe da campanha eleitoral ?

Claro, há uma enorme diferença, porque o Movimento de Renovação Carismática Católica ou o Movimento Pró-Vida são movimentos extremamente conservadores e com representantes no Parlamento. A igreja católica, ela sempre esteve na política.

Exatamente porque a Igreja Católica sempre esteve na política é que a minha primeira pergunta sobre os evangélicos na política como sinal de retrocesso ou avanço. Há quem defenda que é um avanço na medida em que pulveriza, em que a política deixa de ser monopólio da religião católica. A senhora concorda?

Veja bem, é um avanço no sentido de você está abrindo o cenário político para outros atores. E há um outro elemento importante. Hoje em dia, as igrejas pentecostais constituem espaços de discussão da importância do voto. Isso tem um significado importante porque socializa politicamente setores segregados da população e que estão aprendendo o valor do voto. Agora, podemos também questionar o fato de que como essa população só discute o voto dentro desse espaço...

O que permite que o voto fique diretamente vinculado à escolha política do pastor ?

O voto fica circunscrito àquelas informações recebidas. Por um lado, a participação dos evangélicos, significa a entrada de novos atores na política brasileira. Então existe aí uma ampliação da democracia. Agora, há também uma ambivalência, que é o fato de que esses atores estarem entrando na política com um nível de informação muito baixo. E como nem o Estado, nem os movimentos sociais, nem o sindicato, nem o movimento feminista, nem os movimentos de associação de bairros têm acesso a esse público ou estão agindo junto a esses segmentos populares, esse debate fica circunscrito às informações transmitidas pelos pastores. Se por um lado a entrada dos evangélicos reforça a democracia, por outro também traz o risco e o vício do voto clientelista, que não é só um voto pentecostal e neopentecostal, mas que também está relacionado com a pobreza, com a falta de informação e com o nível de instrução baixo dessas pessoas.

Os pentecostais são os que mais conseguem transferir influência religiosa pra política? Por que?

Mesmo entre os pentecostais existem igrejas com capacidades diferenciadas de influenciar os seus eleitores. Entre os pentecostais de uma forma geral, o que se observa, principalmente aqui no Rio de Janeiro, é que a Igreja Universal do Reino de Deus tem uma grande capacidade de influenciar seus eleitores. Isso decorre do fato de que a Igreja Universal é centralizada, articula e coordena todas as suas atividades e tem um discurso único que é aceito do Oiapoque ao Chuí. Diferentemente, por exemplo, da Assembléia de Deus, que tem cisões internas e um governo mais localizado, o governo da comunidade é em cada igreja e segue a vontade do pastor local. Na Universal não tem isso porque o pastor local repete a orientação que sai de cima. O controle do que os diferentes pastores nos diferentes templos estão fazendo é muito maior. Além disso, eles têm o controle da mídia eletrônica, da mídia impressa. A Universal é uma igreja de uma ousadia muito grande, ela está sempre na ponta da lança dos movimentos do mundo pentecostal, ela inova e tem grande capacidade de absorver tendências dos movimentos sociais. Ainda no início dos anos 1990 eles já estavam lançando candidaturas femininas. Nas eleições de 2000 e de 2002, eles tiveram a preocupação de lançar candidatos para minoria negra e para minoria feminina. Quando falo de ousadia é no sentido de afirmar que a igreja tem uma capacidade de absorver não só a lógica partidária, mas também as bandeiras e os temas dos movimentos sociais.

Ao mesmo tempo, há uma crítica sobre a Igreja Universal só conseguir voto entre seus próprios fiéis porque eles não têm um trânsito inter-religioso. É verdade?

Depende do nível dos candidatos. Em 2000, por exemplo, os números diziam que a Igreja Universal tinha 300 mil fiéis no Rio de Janeiro e, no entanto, Marcelo Crivela teve 1 milhão e 700 votos. Ou seja, teve três vezes mais votos do que os fiéis da Universal. Se for verdade esse percentual de intenção de voto nele nas atuais pesquisas, ele está acima da Universal. Isso depende muito do candidato, depende muito de quem é o representante da Universal. Para determinados cargos, a vinculação religiosa ou a identidade religiosa funciona muito mais aumentando a rejeição do que ampliando os votos e a Universal já sabe disso. Depois das eleições de 2002 eles começaram a rever suas estratégias e decidiram que o futuro político dos representantes da comunidade religiosa deveria ser através do engajamento em ações sociais. Ou seja, a aposta é maior no assistencialismo do que na identidade religiosa. Esse ano, por exemplo, os membros da Universal têm evitado apresentar o cargo eclesiástico nos programas eleitorais gratuitos. Esse é um capital político e simbólico fortíssimo que os pastores usam para mostrar não só o pertencimento com a comunidade religiosa, mas autoridade e poder.

Os universais são os que mais roubam fiéis da Igreja Católica? A igreja católica vem perdendo fiéis nos últimos 20 anos, todas as estatísticas todas mostram isso, sobretudo no Rio de Janeiro.

A competição principal deles é com a católica, mas a Universal também competem com a afro-brasileira, tiram fiéis das afro-brasileiras. E existe uma competição também inter-denominacional, entre os próprios evangélicos. Por exemplo, o Silas Malafaia, uma das lideranças mais importantes da Assembléia de Deus no Rio de Janeiro, está apoiando o Sérgio Cabral. Existe uma competição religiosa que também se apresenta no plano da política. Muitas vezes o senso comum tende a pensar os evangélicos como se fossem um coletivo homogêneo, um bloco único, e não é.

Confira vídeo da TV Globo: Evangélicos



No livro, a senhora situa o início da entrada dos pentecostais na política em 1988. Já são quase 20 anos, na Assembléia Nacional Constituinte. O que explica o interesse deles pelo Congresso?

Em primeiro lugar, eles têm uma preocupação muito grande com a questão dos costumes e da moral. Por isso, têm interesse em participar do debate público no que se refere às leis relacionadas não só à família, mas também relacionadas à questão do casamento e à sexualidade. Existe um interesse em participar da elaboração das leis, da votação das leis e da normatização da vida da população brasileira. Por outro lado, não se pode esquecer que o Congresso Nacional é o espaço no qual são discutidas e concedidas as licenças do uso dos meios de comunicação. A televisão e o rádio são espaços importantes para qualquer grupo que queira ampliar sua capacidade de influência na esfera pública. E, por fim, eles querem participar das parcerias com as agências governamentais, principalmente no campo da ação social.

Essas parcerias reforçam o trabalho assistencialista?

Desde a posse de Lula, existe uma ação dos bastidores para dar aos universais lugares nos conselhos, como o de segurança alimentar, por exemplo, para dar a eles espaços privilegiados nos quais possam reivindicar tratamento mais eqüitativo frente à igreja católica, que historicamente sempre participou da ação social no Brasil. Não só ela como dos espíritas. Então esse é também um deslocamento, uma certa novidade no campo religioso brasileiro. A preocupação com trabalho social começou a ganhar mais visibilidade a partir dos anos 1990. Nessa época a Universal criou a Ação Beneficente Cristã, a ABC, e a Assembléia de Deus criou uma área de assistência social para agir nacionalmente.

No livro, a senhora afirma que as mulheres são maioria entre os fiéis da Universal do Reino de Deus e que há um aumento do interesse delas pela política. É uma campanha específica para conquista do eleitorado feminino?

Na medida em que elas são maioria no templo, e que está sendo feito um trabalho de politização no templo, quem está mais sujeito a isso são as mulheres. É um discurso feito no templo e como são elas que estão lá, constituindo esse público ouvinte, acabam sendo elas também que estão mais sensibilizadas para a importância do voto. Os universais têm a clara consciência da face feminina das igrejas. No entanto, não acredito que eles ignorem o fato de que estão politizando mulheres. Isso tem a ver inclusive com o lançamento de candidaturas femininas, com as quais eles querem justamente atingir as mulheres que estão dentro dos seus templos.

A senhora é autora de um estudo específico sobre os costumes e os valores dos Universais serem mais arrojados ou menos conservadores, principalmente em relação às mulheres, do que os da igreja católica. Isso ainda é assim?

Até pelo fato de estar competindo com a Igreja Católica, a Igreja Universal do Reino de Deus tem uma posição de atacar, por exemplo, a política natalista da Igreja Católica. Eles defendem a contracepção, estimulam a vasectomia, a camisinha. Os valores defendidos pela hierarquia religiosa estão muito mais próximos do desejo da mulher das camadas populares. Quando a Universal defende a vasectomia, por exemplo, está tendo uma posição mais interessante e de certa forma diminuindo o ônus em cima do corpo da mulher. É nesse sentido que a Universal tem valores mais interessantes para os segmentos femininos de baixa renda do que a Igreja Católica. No ano passado, o bispo Marcelo Crivela apresentou no Senado uma proposta de lei para regulamentar o aborto em caso de anencefalia. Ele está jogando na frente da Igreja Católica. Da mesma forma, a Universal em bloco votou com o Planalto a favor do uso de células-tronco em pesquisas. Isso foi uma orientação do Conselho de Bispos. É uma postura mais afinada com os valores atuais, contemporâneos, do que a da Igreja Católica.

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