segunda-feira, 28 de março de 2011

CARLOS SALDANHA, UM BRASILEIRO NOTÁVEL

Pouca gente sabe no Brasil, mas um dos diretores mais talentosos, criativo, premiado e reconhecido no mundo inteiro, com suas duas últimas longas metragem entre os filmes de maior bilheteria de todos os tempos, é o brasileiro: CARLOS SALDANHA, nascido no Rio de Janeiro em 20 de julho de 1968.


É um animador que ganhou destaque nos Estados Unidos como diretor de diversos filmes animados: A Era do Gelo I, II, III e brevemente IV, Robôs, Gone Nutty e para ser lançando em abril de 2011 a sua homenagem a cidade natal: RIO 3D.

Foi também produtor em outros: Sobrevivendo ao Kid e A aventura perdida de Scrat.

Saldanha cursou Mestrado em Artes e se especializou em animação por computação gráfica na School of Visual Arts, em New York.

Atualmente é considerado uma das personalidades mais criativas e talentosas da BLUE SKY STUDIOS, o maior do mundo no gênero.

CARLOS SALDANHA EM ENTREVISTA A REVISTA MOVIE




Dos mesmos criadores de A ERA DO GELO, com direção de CARLOS SALDANHA, RIO 3D, conta a história de uma arara que troca a sua gaiola pela aventura de voar até o RIO DE JANEIRO. A produção tem vozes de Anne Hathaway e Rodrigo Santoro, além de músicas de Sergio Mendes.



CARLOS SALDANHA FALA SOBRE RIO 3D



O filme RIO 3D conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma ‘outra’ ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro. Mas longe de ser amor à primeira vista entre o domesticado e incapacitado de voar e a feminista e independente, que voa alto, Jewel.

Inesperadamente jogados juntos, eles embarcam na aventura de uma vida, onde aprendem sobre amizade, amor, coragem e estar aberto às muitas maravilhas da vida. “Rio” reúne uma fauna de personagens vibrantes, uma história comovente, mergulhos coloridos, uma música latina contemporânea e cheia de energia.

Anne Hathaway, uma das atrizes famosas que deu sua voz aos personagens, esteve no Rio de Janeiro a semana passada para a pré-estréia, extremamente simpática, encantando a todos que a conheceram.

Rio 3D é uma produção imperdível, não apenas por sua premiada e fantástica produção, mas pela linda homenagem ao Rio de Janeiro que será sede da próxima olimpíada e o filme, com certeza, servirá de divulgação antecipada da Cidade Maravilhosa em todo o mundo, principalmente agora que vem diminuindo o seu nível de violência, com as unidades apaziguadoras nas principais comunidades cariocas.

Vamos torcer para que o filme, além de homenagem, sirva como uma semente para o imenso fluxo turístico que está previsto para o Rio e todo o Brasil nos próximos anos.

TRAILER LEGENDADO DE RIO 3D



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domingo, 20 de março de 2011

TIM MAIA, SAUDADES DE VOCÊ!

No ultimo dia 15 de março completou 13 anos do falecimento de um dos maiores artistas do país: Sebastião Rodrigues Maia, popularmente conhecido como TIM MAIA, que nasceu no Rio de Janeiro, em 28 de setembro de 1942 e faleceu em Niterói, no dia 15 de março de 1998, foi um dos maiores cantores e compositores brasileiros, um dos pioneiros na introdução do estilo soul na MPB e um dos maiores ícones da música no Brasil. Suas músicas eram marcadas pela rouquidão de sua voz, sempre grave e carregada, conquistando grande vendagem e consagrando muitos sucessos.

Nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, onde em sua infância já teve contato com pessoas que viriam a ser grandes cantores, como Jorge Ben Jor e Erasmo Carlos. Em 1957, integrou o grupo The Sputniks, onde cantou junto a Roberto Carlos. Em 1959, emigrou para os Estados Unidos, onde teve seus primeiros contatos com o soul, vindo a ser preso e deportado por roubo e porte de drogas.

Em 1970, gravou seu primeiro LP "Tim Maia", que rapidamente tornou-se um sucesso país afora com músicas como "Azul da cor do mar" e "Primavera" (confira vídeo abaixo). Nos três anos seguintes, lançou os discos Tim Maia (volume 2, 3 e 4), fazendo sucesso com "Não Quero Dinheiro" e "Gostava tanto de você". De 1975 a 1977, aderiu à doutrina Cultura Racional, lançando, neste período, "Que Beleza" e "Rodésia". Pela decadência de suas músicas "racionais", desiludiu-se com a doutrina e voltou ao seu estilo de música, lançando sucessos como "Descobridor dos Sete Mares" e "Me Dê Motivo" (veja o vídeo abaixo). Em 1988, venceu o Prêmio Sharp na categoria "Melhor Cantor".

Muitas músicas suas foram gravadas sob a editora Seroma e a gravadora Vitória Régia Discos, sendo um dos primeiros artistas independentes do Brasil. Ganhou o apelido de "síndico do Brasil" de seu amigo Jorge Ben Jor na música W/Brasil. Na década de 1990, diversos problemas assolaram a vida do cantor: problemas com as Organizações Globo, e ainda a saúde precária, devido ao uso constante de drogas ilícitas e o agravamento de seu grau de obesidade. Sem condições de realizar um show no Teatro Municipal de Niterói, saiu em uma ambulância e, após duas paradas cardiorrespiratórias, faleceu em 15 de março de 1998. É amplo seu legado à história da música brasileira, tendo inaugurado um estilo que futuramente viria a ser cantado por diversos artistas, como seu sobrinho Ed Motta. A revista Rolling Stone classificou Tim como o 9º maior artista da música brasileira.

Confira vídeo de TIM MAIA cantando: “Gostava tanto de você”.



PRIMEIROS ANOS

Nascido no Bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, na Rua Afonso Pena 24, começou a compor melodias ainda criança e já surpreendia a numerosa família, era o penúltimo de 19 irmãos.

Destacou-se pelo pioneirismo em trazer para a MPB o estilo soul de cantar. Com a voz grave e carregada, tornou-se um dos grandes nomes da música brasileira, conquistando grande vendagem e consagrando sucessos, lembrados até hoje, e que influenciaram o sobrinho, o cantor Ed Motta.

Tim Maia começou na música tocando bateria num grupo Tijucanos do Ritmo, formado na Igreja dos Capuchinhos próxima a sua casa, passando logo para o violão. Tim nessa época era conhecido como Babulina, por conta da pronúncia do rockabilly Bop-A-Lena de Ronnie Self (apelido que Jorge Ben tinha pelo mesmo motivo).

Em 1957, fundou o Grupo vocal The Sputniks, do qual participaram Roberto Carlos, Arlênio Silva, Edson Trindade e Wellington, ao contrário do que muitos pensam Erasmo Carlos nunca fez parte do grupo; Erasmo fez parte do The Snakes, grupo que acompanhava tanto Roberto quanto Tim após o fim do The Sputniks. Em 1959, foi para os Estados Unidos, onde estudou inglês e entrou em contato com a soul music, chegando a participar de um grupo vocal, o The Ideals. No entanto 4 anos mais tarde viria a ser deportado de volta para o Brasil, preso por roubo e posse de drogas.

Em 1968, Tim produziu o álbum "A onda é o Boogaloo" de Eduardo Araújo, o álbum trouxe a sonoridade da Soul Music para a Jovem Guarda.

No mesmo ano, Roberto Carlos grava uma canção de sua autoria, "Não Vou Ficar" para o álbum Roberto Carlos (1969), a canção também fez parte da trilha sonora do filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa.

Seu primeiro trabalho solo foi um compacto pela CBS em 1968, que trazia as músicas "Meu país" e "Sentimento" (ambas de sua autoria, como todas as músicas sem indicação de autor). Sua carreira no Brasil fortaleceu-se a partir de 1969, quando gravou um compacto simples pela Fermata com "These are the Songs" (regravada no ano seguinte por Elis Regina em duo com ele, e incluída no álbum Em pleno verão, de Elis) e "What Do You Want to Bet".

Confira vídeo de TIM MAIA cantando: “Vale Tudo




ANOS 1970:

Em 1970 gravou seu primeiro LP, "Tim Maia", na Polygram, por indicação da banda "Os Mutantes", que permaneceu em primeiro lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas. Neste disco, obteve sucesso com as faixas "Azul da cor do mar", "Coronel Antônio Bento" (Luís Wanderley e João do Vale), "Primavera" (Cassiano) e "Eu Amo Você".

Nos três anos seguintes, com a mesma gravadora, lançou os discos Tim Maia volume II, tornando-se cada vez mais famoso com canções como a dançante "Não Quero Dinheiro (Só quero amar)", na era Disco; Tim Maia volume III e Tim Maia volume IV, no qual se destacaram "Gostava tanto de você" (Edson Trindade) e "Réu confesso". Em 1975 gravou os LPs Tim Maia racional vol. 1 e vol. 2. Em 1978 gravou para a Warner Tim Maia Disco Club claramente inspirada pela Disco Music, Tim foi acompanhado pela Banda Black Rio, neste álbum gravou um de seus maiores sucessos, "Sossego".

FASE RACIONAL (1975-1976):

Na década de 1970 entrou em contato com a doutrina Cultura Racional, liderada por Manuel Jacinto Coelho, um mestre de uma nova doutrina, quando lançou, (1975), os álbuns Tim Maia Racional, volumes 1 e 2 pelo selo Seroma (palavra "amores" ao contrário e abreviação do próprio nome "Sebastião Rodrigues Maia").

São considerados por muitos os melhores de Tim Maia, com grandes influências de funk e soul e pelo fato de que nesta época Tim Maia manteve-se afastado dos vícios, o que refletiu na qualidade de sua voz.

Desiludido com a doutrina, percebeu que o mestre Manuel não correspondeu ao ideal de um mestre. O cantor, revoltado, tirou de circulação os álbuns, tendo virado item de colecionadores, devido à raridade. Deste disco existem várias pérolas, uma das quais é Imunização Racional.

Já nos anos 2000 foram descobertas novas músicas pertencentes à "fase racional", no que foi intitulado de verdadeiro "racional 3", podendo-se mencionar as faixas: "You Gotta Be Rational", "Escrituração Racional", "Brasil Racional", "Universo em Desencanto Disco", "O Grão Mestre Varonil", "Do Nada ao Tudo" e "Minha Felicidade Racional", disponibilizadas apenas na Internet.

Após o término de sua fase racional, Tim voltou a seu antigo estilo de música e vida e mais sucessos se seguiram: "Sossego" (do LP "Tim Maia Disco Club", de 1978), "Descobridor dos Sete Mares" (faixa-título do LP de 1983, que também trouxe "Me Dê Motivo") e "Do Leme ao Pontal" (de "Tim Maia", 1986).

Confira vídeo de TIM MAIA cantando: “Primavera” (um dos seus maiores sucessos)



ANOS 1980:

Lançou em 1983 o LP "O Descobridor dos Sete Mares", com destaque para a canção-título "O Descobridor dos Sete Mares" (Michel e Gilson Mendonça) e para Música "Me dê Motivo" (Michael Sullivan/Paulo Massadas) um dos seus maiores sucessos. Em 1985, gravou Um Dia de Domingo, também de Sullivan e Massadas, num dueto com Gal Costa, obtendo grande sucesso. Outro disco importante da década de 1980 foi "Tim Maia" (1986), que trazia o hit "Do Leme ao Pontal". Artista com histórico de problemas com as gravadoras, na década de 1970 fundou seu próprio selo, primeiramente "Seroma" e depois "Vitória Regia". Por ele, lançou em 1990 "Tim Maia interpreta clássicos da bossa nova", e mais tarde "Voltou a clarear" e "Nova era glacial". Em 1988, venceu o Prêmio Sharp de música na categoria "Melhor Cantor".

ANOS 1990:

Descontente com as gravadoras, Tim Maia retomou a ideia da editora Seroma e da gravadora Vitória Régia Discos, pela qual passou a fazer seus lançamentos. Regravado por artistas do pop (Titãs, Paralamas do Sucesso, Marisa Monte), Tim retribuiu a homenagem gravando "Como Uma Onda", de Lulu Santos e Nelson Motta, que foi grande sucesso nos anos 1990, juntamente com seu álbum ao vivo, de 1992. De Jorge Ben Jor, ganharia o apelido de "o síndico do Brasil", na música "W/Brasil". Ao longo da década, Tim gravaria discos de bossa nova (um deles com Os Cariocas) e de versões clássicos do pop e do soul ("What a Wonderful World").

Em 1993, dois acontecimentos impulsionaram sua carreira: a citação feita por Jorge Ben Jor na canção "W/Brasil" e uma regravação que fez de "Como Uma Onda" (Lulu Santos e Nelson Motta) para um comercial de televisão, de grande sucesso e incluída no CD "Tim Maia", do mesmo ano. Assim, aumentou muito a produtividade nesta década, gravando mais de um disco por ano com grande versatilidade: o repertório passou a abranger bossa nova, canções românticas,funks e souls. Também teve muitas composições regravadas por artistas da nova geração, como Paralamas do Sucesso e Marisa Monte.

Em 1996 lançou dois CDs ao mesmo tempo: "Amigo do rei", juntamente com Os Cariocas, e "What a Wonderful World", com recriações de standards do Soul e do Pop norte-americanos dos anos de 1950 a 1970. Em 1997 lançou mais três CDs, perfazendo 32 discos em 28 anos de carreira. Nesse mesmo ano fez uma nova viagem aos Estados Unidos.

Confira vídeo de TIM MAIA sendo entrevistado por JÔ SOARES (Parte 1/3)




VIDA PESSOAL:

Viveu nos Estados Unidos entre 1959 e 1963.

Tim Maia filiou-se ao PSB em 1997. No final de sua vida sofreu com problemas relacionados a obesidade, diabetes e problemas respiratórios. Durante a gravação de um espetáculo para a TV no Teatro Municipal na cidade de Niterói, no dia 3 de março de 1998, Tim tentou cantar, mesmo sabendo de sua má condição de saúde. Não conseguiu e retirou-se sem dar explicações; terminou sendo levado para o hospital numa ambulância, vindo a falecer em 15 de Março em Niterói aos 55 anos e com 140 quilos, após internação hospitalar devido a uma infecção generalizada. No ano seguinte, seria homenageado por vários artistas da MPB num show tributo, que se transformou em disco, especial de TV e vídeo.

HOMENAGENS:

Em janeiro de 2001, em uma homenagem inusitada, o guitarrista Robin Finck do Guns N' Roses tocou uma versão rocker de seu sucesso "Sossego", durante a apresentação da banda no Rock In Rio III.

Entre tantas homenagens de qualidade já feitas a ele a mais recente foi no dia 14 de dezembro de 2007, a Rede Globo homenageou Tim no especial Por Toda a Minha Vida.
Em 2009, o cantor foi homenageado no programa Som Brasil com participações de Leo Maia, Seu Jorge, Thalma de Freitas, Marku Ribas, Carlos Dafé, Taryn Spielman e a banda Instituto

Confira vídeo de TIM MAIA sendo entrevistado por JÔ SOARES (Parte 2/3)



DISCOGRAFIA

(Álbuns de estúdio)

1970 Tim Maia LP e CD
1971 Tim Maia (volume 2)LP e CD
1972 Tim Maia (volume 3)LP e CD
1973 Tim Maia (volume 4)LP e CD
1975 Tim Maia Racional, Vol. 1 LP e CD
1976 Tim Maia (volume 5)LP e CD
1976 Tim Maia Racional, Vol. 2 LP e CD
1977 Tim Maia (volume 6)LP e CD
1978 Tim Maia Disco Club LP e CD
1978 Tim Maia em Inglês LP e CD
1979 Reencontro LP
1980 Tim Maia (volume 8) LP e CD
1982 Nuvens LP e CD
1983 O Descobridor dos Sete Mares LP e CD
1984 Sufocante LP e CD
1985 Tim Maia (volume 9)LP e CD
1986 Tim Maia (volume 10) LP e CD
1987 Somos América LP e CD
1988 Carinhos LP e CD
1990 Dance Bem CD
1990 Tim Maia Interpreta Clássicos da Bossa Nova LP e CD
1991 Sossego LP e CD
1993 Não Quero Dinheiro LP e CD
1993 Tim Maia Romântico CD
1994 Voltou Clarear CD
1995 Nova Era Glacial CD
1997 Pro Meu Grande Amor CD
1997 Sorriso de Criança CD
1997 What a Wonderful World CD
1997 Tim Maia & Os Cariocas: Amigos do Rei CD
1997 Só Você (Para Ouvir e Dançar)CD
1998 O Melhor de Tim Maia CD
1999 Soul Tim CD
1999 Inesquecível CD
2001 Tim Maia pra Sempre CD
2001 Warner 25 Anos CD
2002 Série Identidade CD
2002 Tim Maia Canta em Inglês: These Are the Songs CD
2002 Vou Pedir pra Você Voltar CD
2003 Forró do Brasil CD
2004 Soul Tim: Duetos CD
2004 A Arte de Tim Maia CD
2004 I Love MPB
CD 2006 Novo Millennium CD
2006 Dançando a Noite Inteira (Jorge Ben Jor e Tim Maia)CD

(Ao vivo)

1992 Tim Maia ao Vivo CD
1998 Tim Maia ao Vivo II CD
2007 Tim Maia in Concert CD

Confira video de TIM MAIA sendo entrevistado por JÔ SOARES (Parte 3/3)



Fontes: WIKIPÉDIA

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quarta-feira, 9 de março de 2011

PROFESSOR, A DESVALORIZAÇÃO DA PROFISSÃO

Nos últimos meses vem sendo veiculado na TV paga um comercial do MEC pregando a valorização do professor, ressaltando que nos países desenvolvidos o profissional responsável pelo desenvolvimento social e econômico é o PROFESSOR.

Seria muito bonito esse reconhecimento se não ficasse apenas nas palavras, pois se sabe que a profissão do professor vem sofrendo uma profunda rejeição dos jovens, já que há vagas de 6% nas universidades públicas nessa formação e nas privadas chega a 57%. Dos professores no magistério atualmente 53% já estão na faixa de idade para aposentar-se nos próximos anos (entre 40 e 59 anos) e apenas 15% são homens, pois também vem aos poucos se tornando uma profissão feminina, talvez pela baixa remuneração e nenhum reconhecimento da sociedade a um trabalho tão importante para os nossos jovens, o futuro da Nação Brasileira.

Como o salário de professor não oferece nenhum atrativo no mercado de trabalho, por ser demasiado baixo e exigir um esforço exagerado de constante atualização, além de uma baita carga horária de trabalho, que não fica apenas nas escolas, mas também em casa, preparando aulas, corrigindo provas e trabalhos, a cada ano o número de candidatos a professores vem diminuindo e acarretando muitas salas sem professores por longos períodos. Se a educação de nossos jovens vem apresentando resultados medíocres, por muitos motivos que certamente não cabem apenas aos professores, com a falta desses profissionais, fica muito pior, com toda a certeza.


Confira vídeo do Portal do MEC – Valorização do Professor



PROGRESSÃO CONTINUADA OU REPROVAÇÃO

Há muito se discute a “progressão continuada”, estratégia para permanecer “bem na fita” na UNESCO, inventada nos bastidores da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo ali pelos 90, na primeira gestão Alckmin post Covas.

Como todo bom projeto, tinha boas intenções, a proposta incendiou o debate da educação e sua eficácia, tornando-se o calcanhar de Aquiles da educação no estado mais desenvolvido do Brasil. Partia do principio que os alunos devem permanecer na escola o maior tempo possível, na tentativa de diminuir a evasão escolar de quem precisa de amparo e apoio da gestão pública. Mas era um falso princípio.

O que se viu e se demonstrou de sua ação durante esse tempo é que no fundo sua orientação foi a necessidade de gerar respostas satisfatórias às planilhas/relatórios visando os repasses de verbas das ornagelas internacionais, mais do que responder às necessidades de um nível educacional melhor, com alunos capazes de competir e ocupar no mercado interno e internacional os espaços ampliados na última década, com urgência reclamando gente mais bem preparada. Também porque existe um ranking mundial que mede a qualidade de ensino público nos países que estão fora do eixo do poder (G8) e que pleiteiam verba; as mais bem colocadas recebem incentivos.

Pretendia que nos níveis básicos do ensino fundamental alunos não deveriam ser reprovados, em si um desestímulo ao gosto pelo estudo e pela escola, ainda que a merenda escolar fosse “atraente”. Seriam, ao invés, projetados (promovidos) à frente e, com o apoio e a instituição de novos projetos específicos, em tese, recuperados em suas defasagens para evitar sentir o peso da reprovação.

Os tais projetos de apoio e recuperação só vieram 14 anos depois, já no fim da gestão de Serra e são denominados RECUPERAÇÃO PARALELA e vem obtendo um certo apoio das delegacias de ensino, no intuito de capacitar bons professores para essa tarefa, mas apenas para português e matemática. As provas Saresp e IDESP (para medir níveis e fluxo das escolas) também só apareceram bem depois, a crise já instalada. Foi mais fácil jogar a culpa da falência do projeto nas costas dos professores (tão vitimas quanto os alunos). Para remediar, criaram-se as capacitações profissionais, bônus e “provinhas” em vez de concursos públicos e uma remuneração digna.

Na falta de planejamento educacional, a gestão Serra optou por doar cadernos, mochilas, lápis, livros, apostilas, enfim, material escolar, criando uma aura ilusória de ocupação com a qualidade do ensino e sua clientela. Metade da lição. Não se alterou uma vírgula no valor dos vencimentos dos professores (16 anos com o mesmo, sem um aumento real acima da inflação), motivação maior para um funcionário. Não há sequer plano de carreira. Enfim, o profissional de educação é tratado como funcionário público ordinário, mas que lida com o intelecto das pessoas, responsável pela formação das próximas levas de mão de obra no nosso mercado de trabalho, que reclama cada vez mais candidatos bem qualificados.


Confira vídeo do Jornal Nacional: Profissão Professor




No Estado de São Paulo, como alunos do fundamental não sofrem reprovação, seus pais não se interessam em acompanhar e cobrar boas notas. Os alunos, como independente de boas notas, serão promovidos, não sentem qualquer estimulo em aprender o programa didático curricular, muito menos demonstrar o menor respeito e consideração com o pobre professor se esforçando no intuito de levar o conhecimento necessário para a sua formação. Está certo que eles não têm maturidade para esse reconhecimento e a escola para eles é apenas o “playground” onde poderão passar algumas horas com os amiguinhos “brincando”, quando o chato do professor não tenta interrompê-los. E, para os pais, a escola atualmente funciona mais como uma “creche”, onde seus filhos serão cuidados durante algumas horas, já que não cobram das crianças qualquer tipo de nota ou execução do trabalho de casa, como vem acontecendo e os professores se lastimando.

Nas reuniões de pais e mestres, quando são alertados tanto das dificuldades de aprendizado, como do mau comportamento dos filhos, alegam que é por incompetência do pobre professor, coitado, não reconhecendo qualquer responsabilidade na péssima educação que dão aos filhos. Se aos professores cabe ENSINAR e PREPARAR os alunos para a vida e o mercado de trabalho, aos pais cabe MANTER e EDUCAR seus filhos para que cresçam cidadãos e bem preparados para o convívio social.


PROFESSORES ESTRESSADOS

Qualquer pessoa que se dispuser a fazer uma pesquisa na internet ou nas bases especializadas em publicações cientificas ficará surpreso com a enorme quantidade de pesquisas que apontam a presença de estresse em professores. Algumas delas afirmam que 50% dos profissionais da educação apresentam sintomas às diversas faces do estresse, inclusive a de exaustão. Logo, o professor tem sido apontado como uma das maiores vitima do estresse profissional, mais conhecido como Síndrome de Burnout. Esta síndrome caracteriza-se por um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional e é causada por circunstâncias concernentes às atividades profissionais, ocasionando sintomas físicos, afetivos, cognitivos e comportamentais. Entre os principais sintomas do estresse destacam-se dificuldades de concentração, dores de cabeça e musculares, fadiga, ansiedade e depressão.

São inúmeras as causas do estresse profissional do professor: mudanças constantes de currículo; insegurança profissional; incerteza de obter aulas a cada novo ano: acúmulo de funções que outrora eram realizadas pelas secretárias e por gestores especializados: desmotivação e grosseria dos alunos: falta de apoio dos pais e, sobretudo, falta de reconhecimento do governo e da sociedade brasileira. A desvalorização da profissão do professor pelo corpo discente ou pela própria sociedade é um dos maiores responsáveis por este grave distúrbio. A sensação de impotência do professor pode chegar a extremos, quando este se depara com problemas que não dependem apenas de sua ação para serem resolvidos, principalmente aqueles relativos à degradação do sistema educacional.

Alguns professores ainda afirmam ser bastante desgastante encontrar equilíbrio suficiente para mediar a relação entre os alunos. Sob estresse, ansiedade e muitas vezes quadros de depressão, é bastante penoso chamar a atenção, interromper a aula, motivar os alunos, intermediar conflitos, etc. Curiosamente, a Síndrome de Burnout atinge professores motivados que reagem a este desequilíbrio empenhando-se ainda mais. A desproporcionalidade entre o empenho do professor e os resultados obtidos por este reforça ainda mais sua frustração.


Confira vídeo TV Câmara: Gabriel Chalita defende professores em discurso na Sessão Plenária




PROFESSORES SOFREM ATÉ AGRESSÕES FÍSICAS

Cerca de 80% dos professores da rede pública de São Paulo já sofreram algum tipo de agressão física no exercício da profissão. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeosp).

A presidente da APEOESP, Maria Izabel Azevedo Noronha, afirmou que as escolas ganharam as páginas policiais, com casos de violência, a partir dos anos 1990 (coincidência com o inicio da progressão continuada?). ”O problema antes estava localizado na capital. Agora, atinge também o interior do estado”, disse.

Segundo ela, de 10 a 15 professores são assassinados por ano no estado. Esses casos fizeram com que a entidade criasse o Observatório de Violência, que registra as ocorrências violentas num banco de dados. Cerca de 96% dos registros referem-se à agressão verbal. Outros 88,5% descrevem casos de vandalismo.

DILMA, ALCKMIN E AS PROMESSAS DE CAMPANHA

Dilma Roussef, como mostra o vídeo abaixo em debate na TV Globo, comprometeu-se a melhorar a remuneração dos professores nos próximos anos, no intuito de valorizar e reconhecer a profissão necessária para transformar o Brasil de um país emergente, para outro desenvolvido. Esperamos que essa não seja mais uma promessa de campanha, a ser esquecida ou relegada a segundo plano no futuro.

O Governador Alckmin durante a sua campanha, também prometeu olhar com cuidado a educação no estado, rever conceitos e valorizar o professor. Vamos ver!


Confira vídeo Debate TV Globo – Dilma prometendo mais valorização do professor




Fontes: Volmer S. do Rego, jornalista, escritor e professor, em opinião no Metrô News dia 15/02/11;
Marcello Árias Dias Danunalov, jornalista da Revista Geografia, edição de janeiro/2011;
Fernando Granato, jornalista, no Diário de São Paulo, em 02/03/11.


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